quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Calculando a espessura da lombada

Por Gilmar Lopes

Olá!
Enquanto nosso sistema de cálculo automático está fora do ar, (tivemos uns problemas na página), vamos disponibilizar neste post as informações necessárias para você poder calcular a lombada dos materiais que irá produzir. Então, calculadora na mão... e mãos a obra!

Abaixo temos uma tabela com as gramaturas e respectivas espessuras de 4 tipos de papéis: couché fosco, couché brilho, off-set (sulfite) e reciclato.



Lembrando que a espessura que está na tabela, corresponde a 1 (uma) folha do papel (e.g.: 1 folha de couché 115g tem 0,10 mm de espessura). As medidas estão em mm - então cuidado para não confundir 0,10mm com 1mm.

Agora que você tem a tabela, vamos à fórmula:



É um cálculo bem simples, mas vamos a um exemplo:

Tenho uma revista que terá 64 páginas DE MIOLO em couché 150g. Sendo assim:
64/2=32 folhas (64 páginas divididas por 2, resultado: 32 folhas)
32x0,14=4,48 mm (32 folhas multiplicando 0,14 [espessura de 1 folha de couché 150g], resultado 4,48mm).
Minha revista terá 4,48mm de lombada.

Tenho um livro que terá 200 páginas de miolo em offset 90g. Assim temos:
200/2=100
100x0,12=12mm
Meu livro terá 12mm de lombada.

Os valores obtidos podem ser arredondados em até 0,5mm para cima, NUNCA ARREDONDE PARA BAIXO.

Se você ainda tiver dúvidas, fique a vontade para falar conosco - ctp@impressul.com.br ou 47 2106-9011.
Até a próxima.

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Reforçando o preto (preto calçado)

Por Gilmar Lopes

Praticamente 80% dos materiais que são produzidos nas gráficas, principalmente no segmento promocional, possuem grandes áreas cobertas por tinta preta.

Seja em um fundo, numa tarja ou em um título, é comum encontrarmos catálogos, anúncios, folders e flyers que abusam da cor preta para destacar o produto.
O pretinho ficou "básico" e virou moda quando tratamos da composição de materiais impressos, principalmente quando vem acompanhado de um verniz localizado ou um hotstamping.

Mas para que o preto realmente se destaque no impresso, não basta a aplicação da cor, tal e qual a encontramos nas paletas dos programas.

O preto que encontramos nos vários programas usados para criação gráfica, é o preto 100% (cyan: 0 - magenta: 0 - yellow: 0 - black: 100). É a cor que usamos para os textos, linhas e objetos finos ou pequenos.

Mas para que páginas, tarjas, fundos e objetos grandes que queremos pintar de preto não fiquem com aspecto desbotado, precisamos colocar um reforço - ou um calço - nas demais cores.
Para isso aumentamos o porcentual de cyan, magenta e yellow, que caindo sobre o papel irão ajudar na cobertura da área e terão a função de dar mais intensidade a tinta preta que virá por fim.

Recomendo que você use a seguinte combinação: 40% de cyan, 30% de magenta, 10% de amarelo e 100% de preto.
Observe a diferença:



O retângulo da esquerda, embora preenchido com 100% preto, parece lavado, desbotado.

Isso porque não se pode carregar demasiadamente a cor preta na impressora off-set aumentando a carga de tinta, sob pena de fotos e demais objetos ficarem muito escuros.
Para resolver esse problema calçamos a cor preta conforme mostrado na figura da direita. Assim o impressor pode manter a carga de tinta preta equilibrada, pois as áreas maiores já obterão a intensidade desejada por causa do calço.

POR QUE NÃO USAR A COR 100C100M100Y100K?

Algumas pessoas escolhem essa cor, (geralmente disponível no corel), para aplicar em fundos, objetos e até textos.

Isso é um GRANDE ERRO! Pois essa quantidade de tinta (100% CMY) isola o papel, não deixando que a tinta preta atinja a fibra e se fixe.
É o que chamamos de decalque: o papel fica de certa forma impermeabilizado pelas primeiras camadas de tinta, que impedem a fixação e secagem da tinta preta.
O resultado é que a tinta leva muito mais tempo para secar (se secar), e quando seca, geralmente mancha ou se solta nas mãos.

Em textos o efeito é desastroso: como as letras são pequenas e finas, não se obtêm um registro perfeito e aparecem "fantasmas" nas demais cores que estão por baixo do preto.

O calço correto deve ser feito como demonstrado na figura acima (40C 30M 10Y 100K), e nunca aplicado a textos finos, somente a grandes textos (acima dos 70 pontos).

É isso aí. Vamos fazer uma campanha pelo uso consciente do preto!

Ilustrações vetoriais grátis

Por Gilmar Lopes

Pessoal, para que gosta de criar e precisa de novas ideias, no site www.vecteezy.com tem ótimas ilustrações, todas vetorizadas, que com certeza vão dar um "Q" a mais nos seus projetos. As ilustrações são gratuitas e podem ser baixadas rapidamente, pois os arquivos são bem leves.
Vale a pena conferir! Depois você me diz o que achou.

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Que perfil de cor usar?

Por Gilmar Lopes

ATENÇÃO: o artigo abaixo refere-se a um processo de gerenciamento utilizado no ano de 2009. Esse processo sofreu uma atualização. Para mais informações leia nosso artigo "Atualização de perfil Impressul"

De vez em quando alguém me liga questionando qual o melhor perfil para usar, ou que perfil usamos nos trabalhos produzidos na gráfica.

É bom lembrar que quando falamos em perfil de cor, estamos nos referindo a um arquivo ou uma série de configurações que determinam como as cores irão se comportar no meu trabalho.

Sendo assim a imagem que eu vejo em meu monitor poderá, dependendo do perfil aplicado, ser impressa com diferentes nuances mesmo que não haja mudança no meu arquivo original.

Isso ocorre porque ao salvar o arquivo incorporando um perfil de cor, é como se eu estivesse dizendo para esse perfil gerenciar e equilibrar as cores de forma que eu possa obter o melhor resultado no papel.

Assim temos perfis para papel jornal, offset, couchè brilho e fosco... e ainda outras variantes que não vêm ao caso tratarmos agora.

É claro que com tantas opções, não podemos nos fazer donos da verdade e decretar que este ou aquele perfil é o melhor.

Mas podemos sim, dar o nosso pitaco nessa história.

Atualmente, após um bom tempo de estudo e análise de vários perfis, optamos por usar o FOGRA39.

É um perfil que possibilita maior ganho de pontos, principalmente no canal do preto pois ao contrário de outros, ele mantém as áreas de mínimas (sombras e meio-tons), proporcionando riqueza de detalhes.

Faremos um comparativo entre o FOGRA39  e o OFFSET EURO. Observe o exemplo abaixo, onde temos uma imagem separada nos canais CMYK.




Observe que no canal do preto (K) existe uma quantidade maior de pontos, que determinam os contornos e sombras da imagem.
Veja a diferença nos canais sobrepostos:


O perfil FOGRA39 possibilita esse resultado. Mas isso não quer dizer que só o perfil fará milagres. Um bom tratamento de imagem, a resolução correta... são fatores que influenciam também no aspecto final do trabalho.

Apontamos uma opção.
É você, com sua criatividade e experiência quem vai decidir qual o melhor caminho a seguir.
Caso escolha usar o FOGRA39, disponibilizamos ele aqui para você.

Até a próxima!

sábado, 10 de outubro de 2009

Como descobrir o nome de uma fonte

Por Gilmar Lopes

Outro dia, conversando com alguns amigos na Impressul, surgiu a dúvida sobre uma fonte que estava sendo usada em um impresso. Nenhum de nós sabia o nome da tal fonte.

Lembrei-me então de um site que a muito tempo não usava, mas que nessas horas quebra um galhão.

Fui na internet e procurei o http://new.myfonts.com/WhatTheFont e... bingo!

Seguindo 3 passos simples, (o primeiro é upar uma foto ou imagem da fonte), conseguimos descobrir o nome da fonte. Funciona em mais de 90% dos casos.

Um recurso bastante útil para quem precisa saber o nome de uma fonte que está em curvas ou que viu em algum site e não conseguiu descobrir.

Trabalhando calendários com wire-o

Por Gilmar Lopes

Fim de ano chegando... começam a pipocar nas gráficas os calendários que serão enviados aos clientes e entregues aos colaboradores como brinde, uma lembrança a mais que levamos para a casa e usamos muito no nosso dia-a-dia.

Agências e designers se esforçam em busca da melhor ideia, do melhor formato,  o mais bonito calendário.

Os projetos são enviados para as gráficas e quando retornam, nem sempre têm o aspecto idealizado por seu criador. O cliente recebe os seus tão esperados bibelôs e quase tem um ataque ao ver que não ficou perfeito como ele esperava.

Nesse arquivo vou mais uma vez alertar sobre um erro que tem se tornado recorrente em calendários com wire-o e espiral. É o que já venho falando em outras ocasiões, mas por continuar acontecendo vale a pena recordar: as margens para a perfuração dos calendários.

Veja no exemplo abaixo o que ocorre em alguns casos em que o artista não leva em consideração o espaço para perfuração e colocação do wire-o/espiral:


 
No calendário acima o texto foi diagramado muito rente a extremidade do material, sendo que em trabalhos com esse acabamento é preciso definir a área da aplicação do wire-o. Tudo o que estiver dentro dessa área será perfurado, então nem pensar em colocar textos nesse espaço pois a leitura com certeza ficará comprometida.

O correto é idealizar o arquivo já considerando essa área, que deve ser de 10mm, para que nada de importante seja cortado. Veja que o texto ficou exatamente nesse espaço, sendo que poderia facilmente ser deslocado para baixo.
 


O designer tem que ter em mente o acabamento final do trabalho. Fazendo isso ele estabelece a margem de segurança de 10mm e diagrama todo o material evitando colocar textos ou logotipos nessa área, para que os mesmos não sejam cortados. Na foto abaixo, após delimitada a margem de 10mm, o texto foi reposicionado e não houve dano ao trabalho.



Seguindo essa dica dificilmente você terá problemas com esse tipo de calendário.

Mesmo assim, vale lembrar que com sua criatividade você pode fazer as mais variadas criações sem precisar correr o risco de ficar nos limites da página. Os textos podem ficar inclinados, virados, na vertical, seguindo o caminho, sem necessariamente estarem nas extremidades do material. Com isso seus projetos manterão o padrão de excelência e você evitará maiores percalços na sua caminhada.
 



No final da história: um cliente satisfeito e confiante no seu trabalho.

Essas regras que estabelecemos são importantes para que o trabalho seja bem produzido, e voltaremos a falar sobre elas em outros materiais. Como profissionais é nossa responsabilidade alertar sobre os processos gráficos, seus recursos e limitações.

Lembre-se:

Trabalhando com wire-o e espiral

Por Gilmar Lopes

Ufa! Lá se vão mais de meio ano, ficando pra trás... e nós na correria: da entrega, dos prazos, do atendimento, do mercado.
Para atender bem e com qualidade as vezes temos que dar uma de Usain Bolt, descobrindo e rompendo nossos próprios limites. É assim com todos, comigo e com você. Na correria do dia-a-dia esquecemos até em que dia estamos.

Agosto já vai virar passado. O fim do ano se aproxima. É hora de começar a bolar os tradicionais e sempre presentes brindes de final de ano. Entre eles está aquele que é escolha de dez entre dez empresas que querem ser lembradas por seus clientes: as Agendas!

Hoje no meio gráfico há forte tendência pela produção de agendas com acabamento da lombada em espiral ou wire-o, pela sua praticidade no uso diário. E que praticidade! São muitas, de tamanhos, cores e papéis variados.

Neste artigo, porém, vou focar a mais procurada: a agenda de capa-dura (papelão revestido).
Para isso começo minha história pelo fim. Imaginando como eu gostaria de ver o layout de minha agenda pós produção.
Começo pela capa, que mede 145x210mm. Coloquei alguns textos que, à primeira vista parecem estar bem localizados, entre eles, a assinatura da agência que criou o trabalho.



Mas... um olhar mais atento e verifico que esses textos serão atingidos pelos furos, necessários para o acabamento do material que terá o wire-o.




O passo seguinte é definir uma margem de segurança para que nada importante seja cortado, estragando o visual do trabalho. A margem mínima é 1omm. Estabeleço a margem e reposiciono os objetos que não devem ser perfurados.




Feito isso, é hora de preparar o debrum, que é uma orla ou margem além do formato final, que servirá para revestir o papelão. Definimos então para o debrum um espaço de 25mm além do formato final da capa. Desses 25mm, 15mm devem ser preenchidos com área de sangramento (fundo, imagem, objetos...), para que após dobrado e ao envolver o papelão, não apareçam áreas ou filetes brancos.




Seguindo esses passos temos as capas produzidas dentro do melhor padrão de qualidade. O revestimento (capa+debrum) envolve perfeitamente o papelão e pode ser perfurado com segurança pois não há risco de cortar partes importantes da arte.




Pronta a capa, resta-nos os cuidados com o miolo, que deve ser sempre 5mm menor que o formato final da capa, tanto em altura quanto em largura. Também precisamos cuidar para que não hajam objetos ou textos na área de perfuração, os quais não queremos que sejam perfurados. Para isso definimos mais uma vez a margem de no mínimo 10mm.
 


Agora que você já tem essas dicas, corra para fazer a sua agenda, pois o fim do ano está ai!

Aplicando verniz UV localizado

Por Gilmar Lopes
Uma tendência que cresce dia após dia é o enriquecimento de impressos através de acabamentos especiais.

Temos casos em que um folder pode em seu custo final, ficar mais caro do que revistas com várias páginas. Tudo depende do valor agregado no material por meio desses acabamentos.

Aí entramos num campo fértil para agências e designers.

Um impresso pode receber variados tipos de acabamento: um corte diferenciado feito por meio de faca especial, aplicação de vernizes, relevos e hot stamping... enfim, praticamente não há limite para as composições que podem ser feitas.

Nesse post vou tratar de um dos mais usados no seguimento promocional: o verniz localizado - e sua aplicação.

Antes de começarmos a descrever como deve ser feita uma máscara de verniz, vale lembrar que os equipamentos que fazem esse tipo de aplicação são máquinas serigráficas, (semelhantes as usadas para estampar roupas), e portanto por mais precisas que sejam, podem apresentar leves variações na aplicação do verniz no papel. Portanto, sempre que possível evite aplicar verniz localizado sobre textos ou objetos muito pequenos ou finos, para que essa variação não se torne perceptível.

Vamos então à confecção da máscara de verniz:

Abaixo um flyer e o local onde queremos que o verniz localizado seja aplicado.
 


Escolhido o local da aplicação, o próximo passo é o desenho em vetor da área que irá receber o verniz.


A opção pelo desenho vetorizado é óbvia: quanto mais preciso for o desenho, menos variação haverá na aplicação.

Algumas pessoas optam por enviar a máscara do verniz como imagem PB ao invés de vetor. Isso pode ser feito, porém a imagem da máscara deve ter pelo menos 400 dpi. Mesmo assim, pelo fato da imagem possuir as extremidades serrilhadas haverá mais dificuldade no registro (acerto) do verniz no impresso. Dê preferência sempre por enviar as máscaras em vetor.
 

Procure fazer o desenho mais preciso possível da área de aplicação. Após elimine todos os demais objetos, deixando apenas a máscara do verniz, conforme mostrado abaixo.



Coloque a máscara em uma página ou arquivo separado. Nunca deixe-a no arquivo aplicada sobre a arte, pois pode ocorrer que, por algum desencontro de informações ela não seja removida da arte e acabe sendo impressa no papel.


Coloque-a sozinha em uma página ou arquivo. Assim você diferencia o que é verniz do que é impressão.

Passadas as etapas acima, você deve preencher os objetos que formam a máscara do verniz.

Alguns designers enviam as máscara pintadas de magenta ou cyan, ou até com pantones. Mas o ideal é que sejam sempre preenchidas de preto. Isso porque algumas empresas que trabalham na aplicação do verniz, utilizam impressoras laser e/ou jato de tinta para fazerem o filme (fotolito), que será usado na revelação da tela serigráfica.

Esse filme, transparência, fotolito... obrigatoriamente tem que estar na cor preta, para que possa bloquear a luz sobre a tela, nas áreas de verniz.

Quando enviamos a máscara em magenta, por exemplo, a pessoa que irá aplicar o verniz precisa antes passar tudo o que está em magenta para preto, e só depois poderá fazer a revelação da tela. Se você já envia o arquivo em preto, todo o processo fica mais rápido, pois pulamos essa etapa.
 


Agora sim! sua máscara está pronta para ser enviada para a gráfica:
 

Evitando textos cortados

Por Gilmar Lopes

Continuando nossa saga em busca do impresso perfeito, voltamos a falar sobre revistas e outros materiais com lombada quadrada.

Dessa vez sobre algo que costuma ocorrer em materiais desse tipo, (inclusive em revistas e catálogos grampeados também): trata-se dos textos próximos das bordas da página, geralmente assinaturas de agências, créditos fotográficos e informações desse tipo.

Quando uma agência produz um anúncio, ela quer que sua assinatura apareça. Assim como um fotógrafo gosta de receber os créditos pela foto que tirou.

Mas diversas vezes ocorre que por falta de cuidado ou simples distração esses dados são cortados ou ficam dentro da lombada da revista. Isso porque não foi tomado o cuidado de manter uma margem mínima de segurança para colocação dos textos.

Veja:


Na imagem acima não houve o cuidado de se estabelecer uma margem interna para colocação dos textos, o que resultou no corte ou perda da informação que, nesse caso era o crédito do fotógrafo.
O ideal para evitar que isso ocorra é estabelecer uma margem de 4 a 5mm a partir da borda interna, para diagramação do texto. Com isso você tem a segurança de que o texto não será engolido pela lombada:



Além desses problemas relacionados à lombada do material, ocorre muito também de assinaturas de agências serem cortadas, por estarem muito próximas das bordas externas da página, como mostra o exemplo abaixo:



Para que não aconteça coisa semelhante, determine também uma margem de segurança na borda externa, no topo e no rodapé da página. Como no caso da lombada o ideal é em torno de 5mm.



Veja que são procedimentos simples que podem contribuir muito para a beleza do impresso.

É muito chato pegar uma revista ou um catálogo e ver que parte da informação foi cortada por pura falta de cuidado ou esquecimento. Embora na maioria dos casos isso não afete diretamente o cliente final por se tratar de uma informação tão pequena, olhares mais perfeccionistas não deixarão passar despercebido esse detalhe.
Procure fazer isso sempre, para que seus impressos tenham o padrão de excelência que o mercado exige.
Depois mande para impressul, que teremos prazer em produzir o seu material.
Até mais!

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Fazendo compensação de anúncios em revistas com lombada quadrada

Por Gilmar Lopes

Sempre recebemos e-mails e contatos de várias pessoas, agências e designers, nos questionando sobre o quanto devem ser compensadas as páginas em materiais com lombada quadrada.
Creio que uma das coisas mais frustrantes para um designer é trabalhar em cima de um projeto durante horas, dias e até semanas, desenvolvê-lo com todo o carinho e quando ele chega da gráfica verificar que faltou algo, não ficou perfeito - um anúncio saiu incompleto por causa de um mero detalhe: faltou compensar a área de colagem da lombada.Nesse post vamos explicar de forma rápida e indolor o procedimento a ser feito para que seus impressos não apresentem surpresas desagradáveis quando chegarem às suas mãos.
Vamos enfocar aqui a compensação que devemos fazer quando ocorrer a passagem de imagens e textos da 2ª capa para a primeira página do miolo.No exemplo abaixo, vemos o anúncio tal qual idealizado por seu criador. Podemos ver que na borda interna da página, onde elas se encontram, há o encaixe perfeito das duas partes da imagem, bem como do texto.




Porém, o que no programa do computador parece ficar perfeito, na prática não tem os mesmos resultados e consequentemente o cliente acaba recebendo a revista ou catálogo, com parte do anúncio engolido pela área de colagem da lombada:




"Qualquer semelhança NÃO É mera coincidência" - Você já deve ter pego algum impresso com esse tipo de problema.Veja que foram perdidos detalhes importantes da imagem e o texto ficou ilegível na área de encontro das páginas.
Antes de partirmos para a compensação das páginas, vale lembrar que deve-se evitar tanto quanto possível, os textos "passando" de uma página para a outra, pois por mais perfeita que fique a compensação, sempre estaremos correndo o risco de o texto ficar truncado ou afastado além do normal. Mas para quem deseja se aventurar nessa tarefa vai a dica:




Vamos então as passos para a compensação das páginas.
Passo 1: Você vai determinar a área de reserva de cola e vinco, que será utilizada para receber a cola e fazer a fixação da capa. Em geral esse espaço é de 6mm partindo da borda interna da página. Os objetos que estiverem dentro desse intervalo ficarão escondidos pela lombada do material.



Passo 2: Delimitada a reserva de cola e vinco, o designer deverá dividir o anúncio em duas partes e, partindo do ponto de encontro das duas páginas, afastar as imagens e textos até chegarem na margem previamente estabelecida (6mm).



Passo 3: Lembre-se que você dividiu o anúncio exatamente no meio, afastou as partes para fora e deixou uma área branca destinada a colagem. Tudo certo até aqui. Porém sabe-se que o processo de colagem da capa no miolo é mecânico/eletrônico, podendo sofrer pequenas variações (ainda que milimétricas). Então, para evitar que nesse processo apareçam pequenos filetes brancos resultantes de uma eventual variação, vamos puxar uma área de imagem comum a ambas as páginas. Como geralmente a divisão dos anúncios é feita por meio de powerclips, clipping mask e ferramentas semelhantes, fica fácil dar essa puxada na imagem fazendo com que apareça uma sangra de 2mm, comum às duas páginas. Veja:




Fazendo isso, caso ocorra uma pequena variação a imagem e os textos não ficarão comprometidos pelo aparecimento de algum filete branco, pois existe uma sangria de 2mm dentro da área de reserva de cola, assegurando que a imagem ficará completa, após a colagem da capa no miolo.
Veja que ao olhar para o anúncio na tela do computador ele fica esquisito, e parece difícil aceitar a idéia de que o produto final vai ficar correto, mas dentro do segmento gráfico isso é perfeitamente normal e o trabalho sairá excelente, atendendo às suas expectativas.
O resultado no produto acabado em que foi feita a compensação pode ser visto abaixo. Ele mostra a idéia original do anúncio, sem cortes, textos ou imagens perdidas e nenhum filete branco.




Antes de encerrar esse artigo quero ressaltar a importância de um bom trabalho de diagramação. Lembre-se que: se não houver textos ou imagens que passem de uma página para a outra, não será necessária também a preocupação com a compensação das mesmas. Você pode fazer um excelente trabalho de criação, evitando as passagens de objetos entre uma página e outra. Se isso não for possível com as imagens, procure evitar pelo menos com os textos. Fica a dica... e bom trabalho!